domingo, 26 de junho de 2022

HEI DE VENCER PARA QUE E QUEM?

 



HEI DE VENCER PARA QUE E QUEM?

 


Há muitas décadas estudo J. Krishnamurti e Prentice Mulford. Os cinco volumes de "Nossas Forças Mentais" foram meus amigos e confidentes desde 18 anos de idade. Assim foi com "O Capital" de Karl Marx e “A Família, a Propriedade Privada e o Estado” de Engels e ensinamentos de Paulo Freire quando eu tinha 25 anos, meus mestres até sempre. Tudo isso atrelado à grande espiritualidade de minha mãe, indígena e sacerdotisa na Rosa Cruz e toda a herança indígena de minha avó, tias-avós, conhecedoras das ervas, tradição e histórias.

 

Ao lado disso, meu pai, assassinado quando eu tinha apenas 6 anos, me deixou um pequeno cartazete horizontal de 10 cm, pintado com "lápis de cor" verde e amarelo escrito com lindas letras por ele mesmo desenhado: “HEI DE VENCER". Paralelo a isso, claro, tive meus estudos na Escola Normal e na UFRJ para a minha profissionalização com estudos específicos sobre Filosofia, Psicologia da Educação entre outras disciplinas para a formação de uma professora.

 

Hoje, depois de 70 anos, me perguntei " Hei de Vencer" para que e para quem? Não existe "Hei de Vencer", papai Alberto, num país que não consegue superar a fome, o desemprego e as questões de saúde, questões básicas. A minha vitória deveria ser a vitória de todas as crianças brasileiras em todas essas décadas. E não foi. Agora entramos em 2022.

 

Todo final e início de ano há uma manifestação de forças e energias mentais para a transformação do velho em novo. Esse velho não deveria ser trabalhado durante todos os 365 dias do ano? Porque só 24, 25, 31 de dezembro e dia 1 de janeiro?

 

Muitos pensam que espiritualidade é aquilo formalizado em igrejas, instituições religiosas, cerimônias, rezas, etc. A espiritualidade deve ser exercida como um direito humano. A espiritualidade é SER: "EU SOU" em todos os momentos e todos os dias da vida. Estar espiritualizado é estar consciente de seu papel de cidadão todos os momentos no trem, nas ruas, nos barcos, nas casas, nos tratamentos interpessoais, nos trabalhos... Aí a lista não termina. Essa maravilhosa manifestação de amor nessas datas de final de ano deveria continuar nos próximos doze meses.

 

Realmente há uma força e intensões extraordinárias se levada como costume de vida, haja vista os objetivos da meditação, yoga e exercícios físicos. Convido a vocês a manterem essa energia vital para os próximos meses quando precisaremos eleger um novo presidente e enfrentar a Covid, variantes e gripes.

 

Que se eleja o homem atrelado à essas energias, espiritualidade, forças, inspirações e ética para cambiar definitivamente esse país e não se iludam com contos de carochinhas que levam o indivíduo para o porão da vida. Esse porão conduz ao apagamento social e invisibilidade do povo. O sinal de alerta deve estar ligado 24 horas por dia para a vitória do povo. 

 

 

Texto de Eliane Potiguara TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Eliane Potiguara é Doutora Honoris Cause pela UFRJ/2021, escritora, poeta, professora e de origem indígena potiguara.

 Instagram: @elianepotiguara

Foto: Ana Marina Coutinho/Dep.Com.UFRJ

sábado, 25 de junho de 2022

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